Aumentar o rendimento disponível pode ser feito de duas formas, ou pelo acréscimo da remuneração do trabalho ou pela redução dos custos mensais. Como uma grande maioria das pessoas trabalha por conta de outrem o aumento do vencimento está dependente da evolução na carreira ou de decisões internas da empresa, o que não pode ser conseguido mediante a vontade apenas de cada um.
Mesmo para quem trabalha por conta própria não é simples aumentar o seu rendimento mensal pois a actividade desenvolvida tem de ser capaz de gerar lucro suficiente que permita fazer esse acréscimo.
Então qual é a melhor forma de aumentar o rendimento mensal? A resposta é simples: “apostar” na redução e maximização dos recursos financeiros nas diferentes áreas.
Um planeamento financeiro é fundamental para qualquer pessoa individualmente, família, empresa ou organização. Planear as nossas finanças vai permitir ajustar e alocar recursos na medida do necessário a cada vertente da nossa vida.
Para ajudar neste processo, sugerimos a utilização do simulador criado pelo Plano Nacional de Formação Financeira (https://www.todoscontam.pt/simuladororcamentofamiliar), uma ferramenta extremamente bem conseguida, simples e intuitiva que permite, logo à partida, perceber a situação financeira actual de cada um e ajudar ainda no processo de planeamento. Temos a certeza que este simulador poderá ser muito importante como ponto de partida, ajudando muito numa primeira análise o que permitirá ter uma visão geral das diversas despesas mensais, reajustá-las com vista à diminuição dos encargos mensais e, consequentemente, aumentar o rendimento mensal disponível. Mas para gerir as despesas é importante sabermos um pouco mais sobre elas. Quais são então as principais despesas no nosso orçamento familiar e de que forma podemos otimizá-las?
RENDIMENTOS: Tal como referido anteriormente, aumentar o rendimento através do salário poderá ser uma tarefa complicada, mas podem ser usadas algumas estratégias que vão ao encontro desse objetivo, tais como garantir a associação do NIF em todas as despesas (aumenta a parcela a abater em sede de IRS através das facturas registadas no e-factura), preencher adequadamente a declaração anual de IRS e ter em atenção alguns subsídios a que todos nós em determinadas situações temos direito. Não mencionamos os rendimentos de capitais pois dada a conjuntura actual, com taxas de juro negativas, a rentabilidade de aplicações com capital garantido é quase, ou mesmo, nula em muitos casos, e outros tipos de investimentos apresentam riscos de perda de capital. EMPRÉSTIMOS: Neste sector falamos de crédito habitação, automóvel, crédito pessoal, cartão de crédito, leasing, entre outros.O essencial é perceber quais as condições contratadas destes créditos e, em muitos casos, pedir a renegociação ou transferência de crédito o que poderá permitir poupar milhares de euros. Por vezes, a falta de tempo, de conhecimento ou mesmo por uma questão de comodismo (já estamos a pagar e não nos importamos a não ser que o custo aumente) não nos esforçamos por tentar reduzir prestações. Aqui o fundamental é pedirmos a ajuda de especialistas, empresas habilitadas e autorizadas, que analisam estas situações sem quaisquer custos associados. No que respeita ao cartão de crédito a dica está relacionada com a forma como o utilizamos. É, sem dúvida, uma excelente ferramenta de gestão mensal, mas para isso é preciso saber como o devemos usar, saber qual a data de emissão de extracto, o dia de pagamento, e a percentagem a pagamento deve ser 100%. Este simples conhecimento pode permitir ter dinheiro “emprestado” por um prazo até 50 dias sem juros. SEGUROS: Os seguros, quer sejam os obrigatórios (casa, carro, vida, acidentes de trabalho…) ou os contratados por iniciativa própria, como os seguros de saúde, responsabilidade civil, entre outros, podem representar uma fatia considerável do nosso orçamento mensal. Mais uma vez é fulcral analisar as condições das apólices e procurar seguros com coberturas idênticas por valor inferior ou até seguros mais completos pelo mesmo valor dos actuais. Os seguros de vida, associados ao crédito habitação, são um exemplo de um seguro a ter especial atenção pois uma análise cuidada pode permitir amealhar muitos euros. Neste caso, o importante é conhecer quais as implicações da alteração de seguro e fazer as contas. Pode recorrer a um intermediário de crédito que desempenhe também a função de mediador de seguros e este irá certamente ajudá-lo a encontrar a melhor solução. IMPOSTOS E TAXAS:
Esta é daquelas rúbricas onde infelizmente o nosso poder de ajuste é muito reduzido, ainda assim há algumas coisas que podemos fazer como, por exemplo, ver quanto pagamos de IMI e calcular se não será vantajoso pedir uma avaliação do valor patrimonial. Este pedido não tem qualquer custo para o contribuinte e pode ficar a saber se está a pagar ou não a mais através do site https://www.deco.proteste.pt/campanhas/paguemenosimi CASA: Aqui incluem-se despesas como rendas, condomínio, electricidade, gás, água, telecomunicações, obras de manutenção do imóvel…É verdade que muitas delas não conseguimos evitar nem temos forma de as reduzir mas ainda assim outras há que podemos tentar minimizar o seu impacto no nosso orçamento. Como? Na maior parte dos casos resume-se aos nossos comportamentos e hábitos diários. Adoptar práticas ambientais sustentáveis tão simples como desligar sempre os electrodomésticos que não estão a ser usados, desligar luzes desnecessárias, optar por usar os aparelhos que consomem mais energia nas horas mais baratas do ciclo horário de electricidade para quem tem tarifas bi ou tri horárias, evitar grandes gastos de água, negociar as despesas com os pacotes de telecomunicações ou obter vários orçamentos quando se pretende realizar alguma remodelação são exemplos disso mesmo. SAÚDE/EDUCAÇÃO A melhor forma de poupar na saúde é ter hábitos alimentares e práticas saudáveis, praticando desporto e promovendo um estilo de vida equilibrado e saudável. Além disso um seguro de saúde pode ser vantajoso quando temos de recorrer a diversos serviços de saúde privados. E nas idas à farmácia é importante ter, sempre que possível, a receita para os medicamentes comparticipados. A educação será daquelas áreas em que economizar pode não ser a melhor solução. Devemos sim reduzir os custos em material escolar, optando por comprar artigos em promoção, por exemplo, mas no restante não há grande forma de poupar nem devemos colocar como prioridade pois o objectivo da educação é, no futuro, tirar partido das mais e melhores qualificações que se obteve ao longo da vida. TRANSPORTES: A utilização de transportes públicos é uma excelente forma de reduzir os custos com transporte, com vantagens muito significativas, em termos de poupança, em relação à utilização de viatura própria. Contudo, em muitas situações, o uso de veículo torna-se quase imprescindível e, neste caso, é procurar abastecer utilizando cartões/cupões de desconto de combustível, consultar as gasolineiras mais baratas na zona e fazer uma manutenção regular da viatura para evitar problemas de maior complexidade e incorrer em despesas de montantes avultados. PESSOAL: Nesta rúbrica estão incluídas as despesas com supermercado, vestuário, hobbies, restaurantes, cuidados pessoais, viagens… Sendo a alimentação e os artigos para casa o setor onde a maioria das famílias mais gasta, é crucial fazer uma gestão atempada, isto é, programar com alguma antecedência, semanal/quinzenal/mensal, antecipando as compras necessárias e, desta forma, aproveitar os descontos que podemos encontrar em todas as superfícies comerciais. Aqui a dica é estar a par das campanhas das lojas (consultar os respetivos sites, por exemplo) e programar as compras com base nas mesmas.Existem permanentemente descontos em todas as lojas, e os artigos vão variando o que nos permite adquirir os mesmos produtos com grandes descontos em relação ao preço normal sem promoção, atingindo nalguns casos os 50% de desconto ou até mais. Como é fácil de perceber, a poupança que se pode conseguir é enorme permitindo adquirir mais por menos. O mesmo sucede com outras compras como vestuário, artigos de lazer, viagens… Quanto às despesas com restauração, cada família deve alocar um determinado montante a este sector e não ultrapassar este plafond mensal. É claro que esta definição de limites vai depender das finanças de cada um. Se para muitos, felizmente, não existe esta necessidade, para outras famílias faz todo o sentido e torna-se essencial e haverá ainda outras para as quais não será possível atribuir qualquer montante a este tipo de gastos por não sobrar orçamento familiar. O mesmo sucede em outro tipo de despesas e cada família deve programar o seu orçamento ajustado ao seu rendimento de forma criteriosa.
Commentaires